Síndrome de Tourette

21 de julho de 2020 Gratular

O que é

A síndrome de Tourette (ST) é caracterizada pela presença de tiques motores e vocais (movimentos ou barulhos súbitos, repetitivos e rápidos) que interferem significativamente na vida do paciente. Ocorre em 1% da população e costuma manifestar-se na infância, entre dois e quinze anos de idade. Os principais tiques são:– Motores: piscar os olhos, virar a cabeça, encolher os ombros, fazer caretas, estirar a língua, fazer gestos obscenos (copropraxia), beliscar-se ou bater-se (movimentos autoagressivos) entre outros;– Vocais: pigarrear, fungar, emitir sons (hum, hum, por exemplo), repetir palavras ou frases logo após ouvi-las (ecolalia), repetir várias vezes a mesma palavra (palilalia), dizer palavras obscenas (copropalia), dar pequenos gritos, etc.

Qual a causa da ST?

A ST tem base genética, com desencadeantes ambientais. Seu início pode ocorrer logo após grandes estresses físicos ou emocionais. Doenças infecciosas (encefalite e coreia de Sydenham, por exemplo), episódios febris e outros agravos físicos estão presentes no início do quadro em 26% dos casos.

Como se diagnostica a ST?

Para que a ST seja considerada, os tiques precisam ocorrer pelo menos durante um ano, sem que tenha havido um intervalo livre de tiques por mais de três meses. O diagnóstico deve ser realizado em uma consulta médica psiquiátrica, na qual é avaliado o histórico do paciente e observado os tiques. É necessário excluir causas neurológicas para os tiques. É comum a ST estar associada à outros transtornos, como o TOC e o transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

Como tratar a ST?

As possibilidades de tratamento incluem: medicação, terapia psicoeducacional e, em um número ínfimo de casos refratários, cirurgia. É importante ter em mente que: 

1) 100% de melhora é raro;

2) a resposta ao tratamento é individual, cada pessoa responde às medicações e/ou as tolera de forma diferente;

3) as medicações precisam de tempo para fazer efeito (pelo menos um a dois meses);

4) as doses podem ser individualizadas;

5) pode ser necessária a combinação de medicamentos;

6) tiques oscilam ao longo do tempo, com e sem medicamentos;

7) pode ser necessário psicoterapia para o paciente e seus familiares;

8) os casos que precisam de cirurgia são a minoria;

9) paciência e um médico experiente no acompanhamento são fundamentais.

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