Síndrome de Burnout
Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional (SEP)
Em 1986, a psicóloga Christina Maslach referiu que o burnout é descrito como uma síndrome multidimensional constituída por exaustão emocional, desumanização (cinismo) e reduzida realização pessoal no trabalho.É uma resposta prolongada e intensa aos estresses emocionais e interpessoais crônicos no trabalho. A síndrome tem alta prevalência em bancários, profissionais da saúde, professores, estudantes de pós-graduação e delegados.
A prevalência de Burnout na população brasileira é 2,42%, 33% estavam em situação preocupante, 4%: alto grau de estresse e com risco de desenvolver a síndrome.
A síndrome é presente tanto nas profissões com demanda de esforço mental quanto de esforço físico; parte dos portadores ocupa cargo de maior responsabilidade (pressão por metas e falta de compartilhamento de responsabilidade). Está presente também em trabalhadores com demanda física, que trabalham com repetição, pressão, cargas horárias extenuantes e alto esforço físico: profissões menos especializadas.
- Características das três dimensões do SEP/Burnout
- Exaustão emocional: tensão básica com sensações de sobre-esforço e de não poder dar mais de si em termos afetivos – fadiga emocional, decorrente das inúmeras interações que o trabalhador deve manter entre clientes e colegas de trabalho, esgotamento de energia e recursos emocionais, devido ao contato intenso e constante com os problemas de outras pessoas.
- Despersonalização ou cinismo: refere-se ao contexto interpessoal no qual se desenvolve o trabalho; supõe o desenvolvimento de atitudes distanciadas afetivamente frente as pessoas a quem se presta serviço; ausência de sensibilidade – endurecimento afetivo, com distanciamento frente às pessoas, silêncio, uso de atitudes depreciativas, na tentativa de culpar os usuários pela sua própria frustração.
- Baixa realização pessoal ou ineficácia: representa a avaliação que o indivíduo tem de seus desempenhos ocupacional e pessoal, e é refletida por perda de confiança na realização própria, com a presença de auto-conceito negativo. Há redução significativa dos sentimentos de competência relacionados à auto-valorização, cujo objeto são as pessoas.
Os fatores de risco para o desenvolvimento da síndrome são:
- Falta de apoio no trabalho;
- Má relação interpessoal;
- Assédio moral;
A SEP é pouco diagnosticada, embora seja bastante comum. Após o diagnóstico, os pacientes se sentem mais aliviados, pois podem ter melhora da qualidade de vida com o tratamento. O ponto crítico do tratamento é o afastamento profissional, pois para a maioria não é uma opção a ser considerada, já que pode significar perda de ambiente no concorrido mercado de trabalho.
As estratégias de enfrentamento incluem:
- Medidas de promoção de saúde no local de trabalho têm papel significativo na prevenção da síndrome, além de intervenções na organização do trabalho, melhorias no ambiente profissional, na comunicação e no combate ao assédio moral.
- Saber reconhecer os sintomas nas relações pessoais, no corpo e mente;
- Tentar eliminar estressores possíveis e aceitar estressores inevitáveis;
- Reinterpretar estressores inevitáveis
- Reconhecer limites e respeitá-los
- Tomar atitude ativa diante da vida
- Concentrar-se na busca de soluções e não nas emoções geradas pelo evento estressor;
- Assumir responsabilidade pela vida
- Aprender a dizer NÃO
- Utilizar apoio de colegas de trabalho
- Lembrar que o evento ruim vai acabar um dia
- Os efeitos neuroprotetores e antioxidantes dos antidepressivos são bem descritos e podem ter benefício na terapia farmacológica da SEP.
- Para atenuar sintomas, é interessante rir, fantasiar, usar senso de humor, tirar férias mentais ainda que por breves momentos durante o dia, além de fazer atividade de relaxamento e atividade física.