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Cafeína faz mal?

Cafeína faz mal?

21 de julho de 2020 Gratular

A cafeína é a substância psicoativa mais consumida no mundo. Cerca de 80% da população mundial consome café diariamente. É amplamente consumida por indivíduos de todas as idades, estando presente no café, os refrigerantes, chocolates e alguns chás, como chá verde ou chá preto, além de bebidas energéticas e e preparados termogênicos ou chamados “pré-treino”, associados à taurina.

Pertence à classe dos estimulantes do Sistema nervoso Central (SNC), com propriedade de aumentar a atividade tanto do SNC, quanto no Sistema Nervoso Autonômico (SNA).

Há anos se discute se ela tem efeitos positivos à saúde ou se tem impacto adverso sobre ela.

O consumo excessivo de cafeína pode causar consequências negativas para a saúde, como agitação psicomotora, insônia, cefaleia, queixas gastrintestinais. A cafeína e seus metabólicos passam livremente pela placenta e atingem o feto. Por essa razão, gestantes devem limitar sua ingestão. Crianças e adolescentes também devem limitar o consumo diário de cafeína. Fumantes, em geral, consomem mais cafeína que não fumantes, da mesma forma que pessoas com doerás mentais crônicas tendem a consumir mais a substancia do que a população geral.

Nos últimos anos, o uso das chamadas bebidas energéticas (contendo cafeína e taurina, outra substancia estimulante) vem tendo maior aceitação, sobretudo no público jovem. E apesar de, no rótulo, a bebida advertir sobre o risco do uso concomitante com o álcool, tal prática é observada com frequência , em especial com whisky e vodka, no intuito de aumentar os efeitos expiatórios e diminuir o efeito depressor no SNC.  O consumo de bebidas destiladas aumentou entre pessoas que não bebiam, devido a melhora do sabor destas quando misturadas às bebidas energéticas. São bebidas bastante populares por suposta capacidade de combater a sonolência, aumentar a energia, manter a vigilância e reduzir sintomas de ressaca.

No entanto, a literatura recente sugere que essa combinação conduz os usuários a se sentirem menos intoxicados pelo álcool, diminuindo a percepção da quantidade de consumo.

Acredita-se que a quantidade de acidentes e morte se deva ao fato de essas bebidas reduzirem a diminuição da sensação de intoxicação alcoólica.

A cafeína age no SNC bloqueando os receptores de adenosina, diminuindo, assim, a ação sedativa desta. Também ativa vários outros neutotransmissorevs, em particular, a dopamina, reduzindo a sensação de fadiga, sonolência e cansaço. Apresenta ação vasodilatadora e diurética. Tal ação é amplamente utilizada pela indústria farmacêutica, na formulação de medicamentos para combate a enxaqueca e cefaleia.

A intoxicação produz ansiedade, insônia, nervosismo, tremores, agitação, taquicardia e alterações gastrointestinais.

A síndrome de abstinência da cafeína vem sendo descrita na literatura há mais de um século. Surge depois de 12 a 24horas da cessação do consumo. A cefaleia é o sintoma mais descrito e, em cerca de 50% dos casos,  é referida como de grave intensidade. Os sintomas podem incluir humor disfórico, aumenta da sensação de fadiga, dificuldade de concentração, dores musculares, piora do desempenho cognitivo, tremores, náuseas e vômitos.

A cafeína não parece ser prejudicial, na forma de café, quando são consumidas menos de duas xícaras pequenas de café ao dia, não levando à dependência, em longo prazo, mantendo doses moderadas, melhora a função cognitiva e previne AVCs.

Pessoas que manifestaram piora de patologias prévias com esse consumo ou que tiveram redução da efetividade medicamentosa no tratamento destas também são estimuladas a cessar a ingestão de cafeína.

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O tabagismo é considerado uma pandemia, sendo a maior causa de morte evitável do mundo. Mesmo com o avanço no conhecimento em relação aos malefícios do fumo, ainda em 2015, mais de 1,1 bilhão de pessoas fumam no mundo, sendo a prevalência muito maior em homens do que em mulheres.

A consequência do consumo dos produtos do tabaco é tão grave, que o número de mortes por doenças relacionadas ao tabaco ultrapassa 5 milhões por ano desde 1990.

Para o diagnóstico são necessários três ou mais características no ultimo ano, o que já configura dependência:

– forte desejo ou senso de compulsão para consumir a substancia.

– dificuldade em controlar o comportamento de consumir o cigarro em termos de início, término e quantidade

– estado de abstinência fisiológico quando o uso da substancia cessou ou foi reduzido.

– tolerância, ou seja, o aumento das doses da substancia é demandado para alcançar efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas

– abandono progressivo de prazeres ou interesses alternativos em favor de uso da substância, com aumento do tempo necessário para obter a substancia ou para se recuperar de seus efeitos

– persistência do uso, a despeito da evidencia clara de consequências manifestamente nocivas.

O tabagismo é uma doença complexa e multifatorial que envolve diversos aspectos e o seu tratamento deve seguir a mesma linha.

Ajudar alguém a parar de fumar é a medida mais importante para a melhora da saúde do paciente. O tabagismo acarreta, em média, perda de 10 anos de vida e deixar de fumar nas idades de 30, 40, 50 e 60 anos reduz a perda de anos de vida em 10,9, 6 ou 3 anos de vida respectivamente. Ou seja, em qualquer idade, é importante deixar o cigarro e quanto mais cedo, melhor.

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